(Itajaí - 13/10/2021) O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Sudeste e Sul (ICMBio/CEPSUL) reuniu, entre 27 de setembro e 01 de outubro de 2021, 18 especialistas de diversas instituições de ensino e pesquisa, setor pesqueiro e governamental, em uma oficina on-line para avaliar o risco de extinção de 98 espécies de peixes ósseos (Actinopterygii).
Esta foi a décima primeira oficina deste grupo neste segundo ciclo de Avaliação, sendo avaliadas espécies marinhas costeiras, recifais e de profundidade. São coordenadores de táxon deste grupo o Dr. Fabio Di Dario, Dr. Marcelo Vianna, Dr. Michael Mincarone, da UFRJ e Dr. Raphael Macieira da UFES.
A oficina ocorreu em ambiente virtual, em função da COVID-19, sendo disponibilizado aos participantes a revisão das informações das espécies pelo Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade do ICMBio (SALVE). A primeira parte da oficina contou com uma breve apresentação dos participantes e nivelamento da metodologia de avaliação utilizada pelo ICMBio. Durante a semana, os participantes também puderam acessar e contribuir mais uma vez com informações e com a avaliação por meio do mural interativo (Padlet). Assim, as espécies selecionadas pelos participantes, após as consultas descritas anteriormente, tiveram discussão em plenária no modo "Avaliação" do sistema SALVE e, ao final, 98 espécies foram avaliadas. Destas, seis foram consideradas ameaçadas de extinção (duas Em Perigo – EN e quatro Vulnerável - VU), além de uma espécie avaliada como Quase Ameaçada (NT). Além dessas, outras 16 espécies foram consideradas como Dados Insuficientes (DD) e 74 como Menos Preocupantes (LC) e uma como Não Aplicável (NA).
O desenvolvimento dos trabalhos e a participação dos envolvidos foi destacado pelo Coordenador de Táxon, Dr. Marcelo Vianna (UFRJ), que comentou: "A Oficina de Avaliação foi bastante proveitosa. Apesar das adversidades impostas pela situação que vivemos. A oportunidade de interagir, mais uma vez, durante uma semana com um grupo de pesquisadores tão qualificados, dedicados e focados, em fazer o melhor trabalho possível em prol da conservação, foi especial. Viva o ICMBio, viva a ciência brasileira e viva a nossa enorme biodiversidade".
A ponto focal do processo de avaliação de peixes ósseos do CEPSUL, a Analista Ambiental, Roberta Aguiar dos Santos, reiterou que "este é um processo fundamental para que possamos traçar estratégias de conservação a partir desta avaliação periódica, considerando a importância também da atualização das listas de espécies ameaçadas de extinção que decorrem destas avaliações. Mesmo ainda sendo um desafio realizar oficinas desta natureza de forma virtual, o sistema SALVE e o uso de ferramentas adequadas, aprimoradas a partir das experiências vivenciadas durante a pandemia, possibilitou a realização a contento desta oficina".
Destaque especial é dado à coesão da equipe de trabalho do CEPSUL, junto aos coordenadores de táxon e o apoio e dedicação do Centro Nacional de Avaliação a Biodiversidade e de Pesquisa e Conservação do Cerrado (CBC), que coordena este processo, e a todos os convidados desta oficina cuja colaboração é inestimável, em particular considerando a situação que ainda perdura.
Texto: Roberta Aguiar dos Santos e Fabíola Schneider.
