Redução de captura incidental na pesca de arrasto é tema de oficina

(Itajaí - 30/04/2019) O Cepsul promoveu, recentemente, uma oficina técnica sobre o uso de dispositivos redutores de fauna acompanhante (BRDs) nas pescarias de arrasto de camarões no Brasil. A iniciativa foi realizada em parceria com o projeto REBYC II – LAC /FAO/GEF, que busca o manejo sustentável da fauna acompanhante na pesca de arrasto na América Latina e Caribe. A fauna acompanhante ou captura incidental é caracterizada pela captura de espécies não alvo da pescaria.

 

O objetivo do encontro foi compartilhar informações entre o Brasil e Estados Unidos sobre o formato de implementação do uso de BRDs, bem como os desafios e possíveis soluções para cada região no país. O encontro contou com a participação do biólogo pesqueiro Daniel Foster, da National Oceanic and Atmospheric Administration – NOAA Fisheries do Mississippi, que possui vasto conhecimento na área de desenvolvimento de dispositivos redutores e gestão pesqueira.

 

Os exemplos trazidos pelo pesquisador foram compartilhados com pescadores, redeiros, armadores, pesquisadores e gestores de sete estados do Brasil e da Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, regiões onde o projeto REBYC II – LAC está sendo desenvolvido.

 

Na ocasião, foi possível estreitar o cenário brasileiro de desenvolvimento e implementação de dispositivos redutores do contexto estado-unidense uma vez que, durante o período de implementação da lei sobre o uso de dispositivos exclusores de tartarugas (TED) lá, também houve a rejeição pelo setor pesqueiro para tal medida. Pensando nisso, o ICMBio aproximou-se dos pescadores a fim de desenvolver mecanismos de utilização dos dispositivos juntos.

 

Os exemplos de trabalho integrado foram esclarecedores e motivadores para todos os participantes. Foi possível identificar no projeto uma oportunidade de trabalho associado ao setor produtivo. O evento também contou com momentos de atividades práticas, nos quais foi possível montar dois modelos de dispositivos exclusores de tartarugas para comparação entre os dois países e fazer uma saída de campo para testar redes de arrasto de camarões artesanais modificadas a bordo do barco escola Aprendendo com o Mar do Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Itajaí. A programação da oficina contou, ainda, com a apresentação da proposta de um Plano Nacional de Gestão para as Pescarias de Camarões do Brasil.

 

"Ao final do encontro, os 38 participantes se mostraram esperançosos e dispostos a aumentar a parceria e dar continuidade aos testes com redes modificadas em cada região", afirmou a pesquisadora colaboradora do projeto GEF Mar, Dérien Duarte.