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O Centro de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Sudeste e Sul (Cepsul) celebrou de 17 a 21 de novembro seu aniversário de criação. Para comemorar a data, foi realizada a Semana Cepsul 30 Anos. A programação contou com palestras, mesa-redonda, mini-curso, mutirão de limpeza e soltura de tartaruga.
Desde segunda-feira (17), estudantes, pesquisadores e pessoas da comunidade participaram do evento, que foi gratuito e aberto ao público. Entre os temas debatidos estiveram a construção de caminhos para a conservação marinha; biodiversidade marinha: conhecer para preservar; e gestão pesqueira e conservação da biodiversidade marinha: novos caminhos, velhos desafios.
Jorge Eduardo Kotas, analista ambiental do Cepsul e doutor em Ciências da Engenharia Ambiental (tema tubarão-martelo), ministrou o mini-curso Biologia, pesca, conservação e identificação de elasmobrânquios. De acordo com Eloisa Pinto Vizuete, analista ambiental do Cepsul e coordenadora do evento, o minicurso foi um sucesso. "Alcançou o público desejado e ficou a perspectiva de futuras parcerias e orientações de mestrado".
O mutirão de limpeza foi realizado no dia 19 pela manhã e contou com a participação de 15 pessoas - servidores, terceirizados e bolsistas do Centro. Em uma hora e meia de coleta, foram retirados mais de 250 kg de lixo da margem do rio Itajaí Açu, adjacente ao Cepsul, e do manguezal ao lado do Centro. Na quinta-feira, em parceria com o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Tartarugas Marinhas (Tamar), foi realizada a soltura de uma tartaruga-verde. A espécie foi devolvida ao mar na praia central de Balneário Camboriú de onde havia sido resgatada 20 dias antes, presa a uma rede de emalhe, com anzol em uma das nadadeiras e fio de nylon saindo pela cloaca. Após tratamento em Florianópolis, a tartaruga estava reabilitada a voltar a seu habitat. A data de soltura foi escolhida, de acordo com Eron Paes e Lima - coordenador regional do TAMAR, para celebrar os 30 anos do Cepsul e 10 anos de parceria Cepsul-Tamar.
Ainda na quinta-feira, à tarde, foi realizado coquetel comemorativo com homenagens aos ex-chefes do Centro e à atual coordenadora Roberta Aguiar dos Santos. Algumas autoridades estiveram presentes, o Deputado Federal de Santa Catarina, Esperidião Amim; o Secretário de Turismo de Itajaí, representando a prefeitura, Agnaldo Hilton dos Santos; a Secretária de Meio Ambiente de Balneário Camboriú, Osnilda Amorim; Maurício Hostim do Instituto Meros do Brasil e; Gilberto Sales, coordenador substituto do Tamar.
Fechando a semana, ocorreu uma mesa-redonda sobre gestão pesqueira e conservação marinha e contou com a participação de representantes governamentais das instituições gestoras (MMA e MPA) e de ensino e pesquisa (UFPR) e de entidades não governamentais (CONFREM). Foi uma tarde de calorosa discussão com representantes da pesca artesanal e industrial, ICMBio e pesquisadores que trabalham com mitigação de impactos. De acordo com a analista ambiental do CEPSUL, Ana Maria Torres Rodrigues, o que se percebe, após cinco anos do novo modelo de gestão compartilhada da pesca, foi um retrocesso, uma vez que as decisões tornaram-se centralizadas e, de certa forma, a co-responsabilidade entre os atores, antes incipiente, mas em processo, deixou de existir, havendo tão somente, a disputa por interesses conflitantes, sem que as reais demandas por um adequado ordenamento avancem.
Localizado em Itajaí (SC), o Centro foi criado em 11 de julho de 1984, pela Superintendência do Desenvolvimento da Pesca (Sudepe). Sua missão era coordenar e executar as atividades de pesquisa pesqueira nas regiões Sudeste e Sul, com foco no uso sustentável das potencialidades pesqueiras da região.
Hoje, o Centro atua no monitoramento da biodiversidade marinha e na avaliação do estado de conservação das espécies. "Também apoiamos as Unidades de Conservação federais marinho-costeiras, integrando seus conselhos gestores, em ações de fiscalização, na elaboração dos planos de manejo e em atividades de monitoramento", explicou Roberta Aguiar dos Santos, coordenadora do Cepsul.
Para Ademar Pedro de Souza, técnico ambiental do Cepsul, desde sua criação, o centro evoluiu muito. "Ao longo desse tempo, foram construídas as estruturas prediais da sede atual e dois navios. Por dez anos, a construção dos navios de pesquisa ficou parada. Então foi formada uma comissão, no Cepsul, da qual fiz parte e, em três anos, terminamos a construção dos mesmos. Um deles, o NPq Paulo Moreira foi enviado a Belém e hoje está inoperante. Já o NPq. Soloncy Moura que está no Cepsul continua atuante e é uma referência". O que ainda precisa melhorar, segundo Ademar é a divulgação. "O Cepsul ainda não é muito conhecido. Isso sempre foi assim, falta divulgação".
Este foi o primeiro ano que o Cepsul realizou palestras abertas ao público. Começou com o Ciclo de Palestras Cepsul 30 Anos, no qual, todo mês alguém do Centro ou de instituição parceira ministra palestra no auditório com portas abertas à comunidade. E culminou com a Semana CEPSUL 30 Anos. "Queremos aumentar nossa interação com a sociedade que nos cerca", informou Eloisa. "Tudo começou com a ideia de comemorarmos os 30 anos do Centro, mas vimos que a ideia deu resultado. Agora é analisarmos a viabilidade de continuarmos, ao menos, com o ciclo de palestras mensais. Essa é uma maneira simples e barata para aumentarmos a nossa visibilidade na região. Sem contar que é um momento de troca de informações em que todos saem ganhando."